terça-feira, 25 de novembro de 2008

PIRATARIA PODE SALVAR O CAPITALISMO

Na última edição da Super Interessante, o jovem economista Matt Mason explica como a pirataria pode ser boa para todo mundo. E eu concordo inteiramente com ele. No mundo capitalista, produtos e serviços têm que se atualizar constantemente para manter o consumidor satisfeito e comprando. Com essas mudanças, alguns itens continuam vendendo e outros entram na lista dos obsoletos. Novas formas de ganhar dinheiro sempre surgem e o dinheiro continua fluindo.

Quando Thomas Edison inventou o fonógrafo (gravador), por exemplo, os músicos que ganhavam dinheiro cantando ao vivo, o acusaram de copiar suas vozes e fazer pirataria. Segundo eles, a invenção poderia acabar com o trabalho dos músicos. Exatamente o que a industria e alguns artistas dizem sobre o download pela internet de vídeos, músicas, livros, etc.

Outro exemplo que podemos citar é a história de Hollywood (estudei isso há algum tempo na aula de História do Cinema no Golden West College, com um professor com cara do mago Dambledore de Harry Potter... rsrs...acho que era Professor Tortolano).

Quando Edison inventou o Kinetoscope - aparelho para produzir filmes - exigiu que quem quisesse usar o equipamento teria que pagar uma taxa de licença. Para escapar dos tributos, um grupo de americanos saiu de Nova Iorque para produzir seus filmes na costa oeste - que na ocasião era praticamente ocupada apenas por índios nativos. Esse grupo deu origem aos primeiros estúdios de Hollywood e à bilionária indústria de filmes americanos.

Bem, acho que já deu para mostrar um pouco que pirataria pode ser boa sim, incentivando as marcas a baixarem seus preços, melhorarem a qualidade ou, ainda, alterando a forma de gastar o dinheiro.

Vocês lembram do filme Tropa de Elite? Foi o maior sucesso do cinema brasileiro dos últimos anos e foi também um dos filmes mais pirateados da história. A pirataria pode, até, ter sido uma boa propaganda nesse caso.

E aí, já fiz sua cabeça? O que você acha da pirataria?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

EDUCANDO UMA PROSTITUTA

Eu gostaria de replicar uma história veridica que ouvi no programa Mais SP, da CBN , sobre uma professora que treinou uma garota para ser prostituta. Os treinamentos, porém, não envolviam sexo, mas um estímulo para investir em si própria - já que seria impossível para a garota sair daquela vida.

A educadora Dagmar Garroux, da Ong Casa do Zezinho, descobriu que uma das alunas da casa estava vendendo o corpo, agenciada por um rapaz mais velho da escola pública em que estudava. Dividiam pela metade o valor de cada programa (R$ 10). A professora questionou a moça porque fazia aquilo, mas a garota não gostou da intromissão. "Não se mete, não. Você nunca pensou em se vender para ganhar dinheiro?", perguntou, agressiva. Ela era conhecida pela violência, metia-se em brigas. Quase sempre andava com uma faca. Dagmar suspeitou de que corria o risco de perder a aluna, desfeito o já frágil laço afetivo. Decidiu entrar no jogo. Disse que nunca quis vender o corpo. Mas, se quisesse, não iria aceitar mixaria. "Eu iria cobrar no mínimo R$ 1.000. Isso no começo, depois aumentaria o preço." A aluna arregalou os olhos e ouviu a improvável proposta: "Por que você não se prepara para ser puta em Brasília? Você ganha dinheiro e se aposenta".

No dia seguinte, a garota voltou, animada com a proposta. "Topo", disse. Dagmar ponderou que ela deveria, então, se preparar. Para começo de conversa, deveria se cuidar para que aumentasse a disputa dos clientes. Precisaria, assim, parar imediatamente de estragar seu corpo com os homens da favela. "Você quer chegar a Brasília com a mercadoria velha?" Dagmar convenceu-a de que, além do corpo atraente, precisaria mostrar cultura e saber falar. Um tanto a contragosto, mas de olho nas recompensas futuras, aceitou as aulas. Com as aulas, vieram reflexões sobre autonomia e responsabilidade; a auto-estima era trabalhada em projetos de arte e comunicação. Certo dia, ela fez um comentário sobre os dentes de Dagmar. "Parece que você tem uma boca de cavalo." E brincou: "Se eu fosse dentista, eu consertaria a sua boca".

Como era inteligente, a menina prosperava cada vez mais rapidamente na escola. À medida que ficava mais velha, prestava mais atenção no que acontecia em sua comunidade com quem se envolvia com as drogas e a prostituição. Ela chegou a concluir o ensino médio e suspeitou que talvez pudesse prosseguir. Por motivos óbvios, o nome da aluna não é revelado: "Ainda sinto muita vergonha", justifica ela. Fez um cursinho pré-vestibular gratuito e entrou na USP.

O treino funcionou tão bem que Brasília perdeu uma prostituta. A garota formou-se em odontologia e agora vive consertando bocas.




PS: Esse caso está no livro "A Pedagogia do Cuidado", de Celso Antunes, junto com outros exemplos que provam como é possível ensinar os encantos da possibilidade.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

QUOTE OF THE DAY

"The financial situation at the moment is so bad that women are now marrying for love".
"A situação financeira está tão ruim que mulheres agora estão casando por amor".

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A FILOSOFIA DO VOID (NADA)

Dedico esse posting a um jovem que conversei ontem - sem citar nomes, o próprio saberá.
Será que uma simples música pode nos trazer ensinamentos ou, ao menos, algum tipo de contribuição positiva para as nossas vidas?
As melhores músicas e textos literários surgem a partir de um pensamento filosófico que nos faz refletir sobre as atitudes humanas, o mundo e nossas próprias ações. Sugiro que você pegue um trecho de música e analise um pouco mais a fundo, tentando descobrir o que o autor quis dizer com aquelas palavras. Mesmo que não sigam uma ordem ou uma lógica como a que estamos acostumados, com certeza têm algum motivo por trás e tenta nos revelar um determinado ponto de vista (conclusão).
Sei que para a maioria das pessoas, filosofia é uma coisa estranha, sem pé, nem cabeça e muito difícil de entender. Porém no fundo, no fundo, se seguirmos direitinho o pensamento do autor, entenderemos o que ele quer nos mostrar. Mesmo que seja o VOID ou NADA, em português.
Deixo aqui um trecho para filosofar um pouco sobre o que é o futuro.
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, por que se você parar pra pensar na verdade não há"
"Sou uma gota d'água. Sou um grão de areia. Você me diz que seus pais não lhe entendem, mas você não entende seus pais. Você culpa seus pais por tudo. Isso é absurdo. São crianças como você. O que você vai ser quando você crescer?"








quinta-feira, 13 de novembro de 2008

MULHER DO ANO


Nujood Ali, uma menina de 10 anos nascida na tribo Iêmen na península arábica, foi escolhida pela revista america Glamour como uma das "mulheres do ano". A garota conseguiu um feito histórico num país islâmico extremista. Divorciou-se!

Nujood casou-se no início de 2008 com um homem 30 anos mais velho e que abusava sexualmente da garota constantemente. O pai da menina a vendeu por uma quantia equivalente a U$150. Segundo a tradição da tribo do Iêmen, crianças com mais de 9 anos podem se casar, embora a Constituição do país não autorize casamentos antes dos 15 anos. Porém, como o costume é muito antigo e forte, esses casamentos acabam ocorrendo com freqüência, sem grandes punições pelo governo.
A esperta menininha, ao contrário da da maioria das outras crianças, procurou ajuda legal e conseguiu se divorciar - tornando-se um símbolo internacional dos direitos das mulheres. Nujood recebeu o prêmio em Nova York, juntamente com outras celebridades premiadas, como Hillary Clinton e Condoleezza Rice.

* Espero que a esperta garotinha influencie outras mulheres a se libertarem dos abusos sofridos em casa.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ONDE ESTAMOS?

Imagem da semana para refletir.


O país mais racista que já conheci elege seu primeiro presidente negro. Um forte golpe para grupos como o KKK e outros separatistas. Mas ainda é preciso vencer a separação social entre negros, brancos e minorias étnicas (principalmente em alguns países europeus, como França, Itália).


A cena de Jesse Jackson chorando se traduz pra mim em uma encarnação de Martin Luther King observando de longe a sua vitória.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

POR QUE FAZER DINHEIRO?

Após mais uma semana agitada com várias notícias negativas sobre o mercado financeiro, deixo essa frase como reflexão para o final de semana. Gostaria que vocês aproveitassem os próximos 2 dias para pensar em coisas que nos fazem felizes sem envolver dinheiro algum. Nos dias de hoje é difícil, mas eu juro que ainda existem.


"Fazer dinheiro nos negócios é um meio, e usá-lo no social é um fim. Do contrário, por que o ser humano deveria ficar fazendo dinheiro. Pra fazer o quê?”, Muhammad Yunus - vencedor do Prêmio Nobel da Paz.

Bom Final de Semana à todos!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

OS MACHOS DO MERCADO FINANCEIRO

O articulista da Veja e administrador de empresas, Stephen Kanitz, publicou um artigo essa semana em sua coluna na revista com um ponto de vista diferente sobre a atual crise financeira.

Ao ler o título - "O Fim dos Homens Alfa" - não sabia nem do que se tratava, mas, logo adiante, percebi que era uma reflexão da crise, talvez, de um ponto de vista biológico evolutivo (que analisa a origem e a descendência das espécies, bem como suas mudanças ao longo do tempo). Achei muito sensato e pertinente.

De acordo com Kanitz, "a crise mundial que estamos presenciando é um fenômeno conhecido por zoólogos como o estouro da manada. Ela ocorre quando os machos alfa - líderes do grupo ou reprodutores - se assustam por alguma razão, seja um vulto de leão, um relâmpago ou um trovão. Sem analisar a situação por um segundo, fogem em pânico, na esperança de que comido será o bezerro retardatário. As fêmeas, surpresas, fogem atrás, seguindo "o nobre exemplo" do macho alfa em disparada".

Não sei se vocês se lembram, mas os primeiros a sairem correndo alarmando o mercado foi o diretor-gerente do FMI - o "alfa dos alfa", Dominique Strauss-Kahn, ao dizer que o sistema financeiro global estava em colapso e prestes a derreter mais de 20% em poucos dias. Algo que uma pessoa na sua posição jamais poderia dizer. "Boa parte daqueles que saíram resgatando fundos de investimento foram pessoas inocentes, que confiavam nos profissionais do Fed e do FMI. Mas, se eles mesmos estão em pânico, o pânico se espalha", afirma Kanitz em seu artigo.

Nenhum macho alfa acalmou os investidores brasileiros ou estrangeiros, mostrando-lhes que o Brasil não tinha esse tal de "subprime", nem bancos com prejuízo, prestes a quebrar. Só disseram que a crise iria piorar e atingiria o Brasil, profecia que se cumpriu. Nenhum alfa saiu apresentando fatos concretos, informando que os bancos brasileiros financiam governo, e não imóveis, que nosso crédito ao consumidor não passa dos 36% do PIB, contra os 160% do americano, que metade dos bancos já era estatal, que o momento era para comprar ações dos alfas apavorados, e não para sair vendendo junto. Ao contrário, eles só incendiaram mais e mais. "Será pior do que 1929", berrava o professor Nouriel Roubini, de entrevista em entrevista. "Será igual a 1929", afirmava Alan Greenspan.

Agora os especialistas dizem que o pânico é psicológico, sem grande base real e que o mercado tende a se acalmar a medida que os poupadores se sintam protegidos contra a quebradeira. Para isso, basta apenas esperar um pouco mais pela evolução da espécie para que as atitudes dos machos alfa mudem e acalmem os mercados. Então, só nos basta aguardar e rezar!